

Google volta aos tribunais para tentar evitar sua divisão
O Google retornou aos tribunais nesta segunda-feira (21) para as audiências que vão determinar se a empresa americana, considerada culpada de abusar de sua posição dominante como motor de buscas na internet, deve se separar de seu navegador Chrome.
O Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês) apresentou seus argumentos em uma audiência perante o juiz federal Amit Mehta, que avalia "soluções" após determinar no ano passado que o Google mantém um monopólio ilegal nas buscas on-line.
"Está em jogo nada menos que o futuro da internet", declarou nesta segunda a procuradora-geral adjunta dos Estados Unidos para a divisão antitruste, Gail Slater, antes do início da audiência em Washington.
"Se o problema de conduta do Google não for resolvido, ele controlará grande parte da internet na próxima década, e não apenas as buscas na internet, mas novas tecnologias como a inteligência artificial", acrescentou.
O Google é uma das empresas tecnológicas que mais investe para se posicionar na vanguarda da Inteligência Artificial (IA), e incorpora essa tecnologia às buscas e a outras ofertas on-line.
A gigante do Vale do Silício respondeu que o governo foi muito além do alcance do processo ao recomendar uma separação do Chrome e manter aberta a opção de forçar a venda de seu sistema operacional para dispositivos móveis, o Android.
O processo judicial se concentrou nos acordos do Google com parceiros como Apple e Samsung para distribuir suas ferramentas de busca, assinalou o presidente de assuntos globais do Google, Kent Walker.
"O DoJ optou por impulsionar uma agenda intervencionista radical que prejudicaria os americanos e a liderança tecnológica mundial dos Estados Unidos", escreveu Walker em um blog.
O caso do DoJ contra o Google relativo ao domínio das buscas on-line foi apresentado em 2020. O juiz Mehta emitiu sua decisão desfavorável ao Google em agosto de 2024.
A batalha da empresa para proteger o Chrome volta aos tribunais poucos dias depois que outro juiz decidiu este mês que ela monopoliza o mercado da publicidade na internet.
A publicidade on-line é a principal atividade do Google e custeia serviços on-line bastante utilizados, como Maps, Gmail e as buscas, que oferece gratuitamente.
O dinheiro arrecadado também permite à companhia tecnológica gastar bilhões de dólares em IA.
Combinadas, as derrotas na Justiça podem deixar o Google dividido e diminuir sua influência.
A empresa já anunciou que pretende recorrer das sentenças.
H.al-Janahi--BT